Lendo algumas matérias em revistas destinadas ao comportamento humano, percebo que a cada dia estamos mais sós.
Não sei até onde isso é bom, ou ruim. Não sei até onde nós somos os culpados, ou somos induzidos a sê-lo.
Hoje, as pessoas buscam seus futuros ‘’amores’’ em sites de relacionamentos, desabafam em salas de bate papos com estranhos para, talvez, preservarem-se das críticas que algum amigo real o fizesse.
Não queremos mais saber o nome dos nossos vizinhos, não queremos ser incomodados na ida e volta do trabalho dentro dos ônibus, no máximo um ‘’bom dia’’ ou ‘’boa tarde’’ no elevador.
Não ficamos mais horas sentados à mesa junto com nossa família para, assim, fugirmos das perguntas às quais nem mesmos nós sabemos as respostas.
Ligamos a televisão e passamos horas à frente da mesma, o celular toca identificando ser seu amigo, mas você não pode perder a estreia do programa que você esperou por uma semana.
Vamos ao cinema sozinhos, e depois entramos no MSN para correndo contar ao amigo, poderíamos tê-lo convidado.
Perdemos muito da companhia alheia, do crescimento, da troca de informações.
Mandamos e-mails com correntes e palavras de melhoras há muitos amigos e colegas, mas não procuramos mais o ombro amigo físico para nos consolarmos.
A solidão tornou-se comum e impositiva.
Talvez por este motivo os relacionamentos reais durem tão poucos, qualquer mínimo de aborrecimento ambos decidem que é melhor dar um tempo ou um ponto final.
Não somos mais seres preparados para lutar pelos nossos ideais, pois o inimigo ao qual estamos acostumados é virtual, e não há como tocarmos no virtual.
A cada dia somos menos capazes de nos doarmos ao outro, a nós mesmos ou aos nossos amigos.
Perdemos o contato com o mundo real, com as dores, com as ilusões, com as frustrações e alegrias, pois nos chats, ou redes sociais podemos não ser nós mesmos, e utilizarmos as máscaras que melhor nos convêm.
Estamos a cada dia mais desconfiados e menos carinhosos.
Desacreditados do nosso semelhante, sem percebermos que os ‘’sem credibilidade’’, dessa história, somos nós mesmos.
Tornou-se um ciclo sem fim.