30 de set. de 2014

Nada acontece por acaso

Já dizia Richard Bach- " Nada acontece por acaso. Não existe a sorte .
Há um significado por detrás de cada pequeno ato.
Talvez não possa ser visto com clareza, imediatamente, mas sê-lo-á antes que
se passe muito tempo." Há o tempo de Deus, Ele se encarrega de nos colocar no lugar certo, na hora certa. Se formos analisar as situações diversas pelas quais passamos  veremos que os fatos acontecem à nossa revelia.
Há muitos acontecimentos pelos quais passei, e que tenho a certeza de que não aconteceu por acaso.
Vou citar apenas um.
Certa tarde, em Curitiba, me aprontei para sair, precisava entregar alguns convites, de um evento do qual eu estava participando.Peguei a bolsa e saí, ao passar a chave na porta, olhei para o final do corredor e vi a vizinha do lado de fora do seu apartamento, pensei - Ela deve gostar de eventos culturais e fui lá entregar -lhe um convite.Como eu estava com pressa não quis entrar, coloquei o convite em suas mãos, foi quando ela disse:- Olha a sua roupa está toda suja.
Quando olhei, vi meu paletó de cor preta todo lambuzado com chocolate derretido, parecia mais com pudim, fiquei me olhando por alguns segundos e pensando, nem chocolate tem lá em casa, o que é isso? Fiquei embasbacada com a situação.Virei as costas extremamente contrariada, pois teria que trocar toda a roupa, pois a calça não escapara da meleca. Eu estava um caos.
Quando voltei percebi que minha bolsa também estava impregnada daquela coisa, eu estava assustada.Logo veio a raiva, feio não é? Mas ela veio.....Pensei em todas as possibilidades, até a vizinha eu culpei, pois pensei que ela deveria estar comendo algo e deixou cair em mim.
Troquei de roupa e percebi que havia passado quase vinte minutos.
Tudo limpo, desci e fui direto à galeria onde há algumas lojas, eu queria deixar um convite com as vendedoras, com as quais eu fiz amizade. Ao chegar na porta da frente percebi muita balburdia, até a polícia estava lá, cheguei à porta da loja e vi as meninas chorando, fiquei assustada novamente, e perguntei:- O que houve?
-Você não viu ? Foi há pouquinho tempo, dois homens entraram aqui e nos ameaçaram com faca, uma menina estava sendo levada ao hospital, pois havia sido ferida no braço.Os dois bandidos escaparam, é claro são mais rápidos. Esqueci meus convites, liguei para a minha filha e lhe contei o ocorrido. Ela me disse:Viu, mãe era para você estar lá bem na hora do assalto,  com certeza você não iria deixar passar sem dizer ou fazer algo e quem sabe você estaria ferida agora, agradeça a Deus.
Nada acontece por acaso.
Quando voltamos para casa, minha filha viu no chão do corredor um pequeno pedaço de torta que ela havia comprado para mim, porém o pedaço que sobrara era minúsculo, parece que ele triplicou de volume, pela grande sujeira que causou.Não sei de verdade, como aquele pedacinho de cobertura que estava em um guardanapo para ser descartado foi grudar na minha roupa.Porém sei que o meu lugar na hora do assalto era dentro de casa.

22 de set. de 2014

É fácil viver na solidão


Rosseau já dizia em seu tempo: "Não há felicidade solitária".

Às vezes, nem sempre damos o devido valor à finalidade e importância da vida social. A vida em sociedade é uma Lei da natureza, porém vem a pergunta: - será que a solidão pode ser uma boa companhia para nós?
Penso que sim. Quantas vezes estamos rodeados de familiares e nos sentimos amargamente sós. Talvez possamos explicar que a solidão é boa para nós quando ela é constituída por um curto período. Fiquei espantada em um restaurante quando ao lado de minha mesa havia um jovem casal de namorados. Um de frente para o outro em seus devidos celulares, sequer erguiam os olhos, não sei se estavam namorando por celular ou apenas navegando. 

Fiquei observando, terminaram seu almoço e saíram abraçados. Vemos ao nosso redor o dia todo gente em companhia do seu aparelho. 
Há muitas obras que tratam especificamente da solidão. Temos até alguns filmes que retratam bem este sentimento. Exemplos: "Até o fim", de J. C. Condor. Nele, Robert Redford, vive um velejador que sofre um naufrágio. Ele passa uma longa hora apenas com o silêncio. 
"O velho e o mar", drama vivido por Spencer Tracy. Temos também o romance de Robinson Crusoé, depois de um naufrágio, em que foi obrigado a sobreviver em uma ilha por quase 30 anos.
Tom Hanks, que imortalizou o personagem Wilson, em sua excelente interpretação no filme "Náufrago". 
A solidão faz bem, na medida certa. É importante termos um tempo só nosso, quando é possível entrarmos em contato com nosso eu interior e nos descobrirmos.




15 de set. de 2014

Justiceiros de plantão

Lendo o Jornal Caiçara , do dia 25 de julho, especialmente a coluna" Informal"da escritora e Precursora da crônica Social, em
 seus textos e poemas ela nos passa a intenção da reflexão.
Lulu, questiona - O que será que Deus faz com as pessoas más?
São pensamentos que nos vêm à mente quase que instintivamente.
Aí, a gente olha ao redor, ouve as notícias e toda a mídia faz questão de ser a primeira a nos repassar os acontecimentos horrendos que estão acontecendo.
Será que quando eu era criança e adolescente havia tanta maldade como hoje? Era mais velada quem sabe.Mesmo eu sendo criança, ficaria repugnada ao ver dois jovens colocarem gasolina em um filhotinho de gato e queimá-lo vivo.Hoje, quando vi esta postagem, no Face, me aterrorizei, nem consegui assistir, infelizmente não é só com os animais, há idosos apanhando de seus cuidadores, há crianças sendo mortas pelos pais, por ganância, há grande furtos ...A maldade fez morada, veio para ficar.
Sêneca já dizia :- "A maldade bebe a maior parte do veneno que produz". 



Comparamos, às vezes a maldade do "ser humano"com as feras, penso que assim pecamos com estas últimas.
Lembrei-me do fato que aconteceu no campo de futebol, quando uma jovem gritou a palavra "macaco" referindo-se ao goleiro do Santos, o Aranha.
Não gosto de futebol, por isso não acompanho, fiquei sabendo pela mídia que não deu tréguas.Penso que está sendo valorizado demais o ato da moça, não quero com isso dizer que o ato feito por ela deva passar sem punição.Porém se formos analisar há muito crime sendo banalizado e fato com pequena importância sendo levado à justiça.Parece-me que o mal foi semeado e a semeadura foi e, está sendo boa.
Voltemos ao Aranha, ele tem direito de exigir reparação, mas tudo veio abaixo, se formos pesquisar com cuidado, o preconceito faz parte de nossas vidas por exemplo se é gordinho- baleia; se é alto - vara; se é loira-galega; muito baixa- tampinha e assim por diante e muitos tipos de situações.
Eu li que o ministro do STF, Joaquim Barbosa foi comparado a um macaco, fui me certificar no "Blog da Dilma" ataque racista, permaneceu no ar pelo menos quatro dias foi a partir de 19 de setembro, não ouvi nenhum protesto nem ouvi tanta balbúrdia.Será que ele não ficou ferido, chocado, com raiva? Eu fui procurar este assunto hoje, para ter certeza, então quem quiser talvez consiga ler e ver a foto.
Eu acompanhei uma jovem enquanto se preparava para ser aeromoça, estava tudo certo, ela passou no teste, mas não conseguiu a vaga por ser gordinha, a mídia não veio abaixo, pois ela não é celebridade. Como professora acompanhei vários alunos e alunas que não conseguiram o cargo pretendido por algum preconceito. Um aluno até me disse:- Professora, acho que eles não me aceitaram por eu ser pobre e não ter carro.As histórias são reais e tristes.
Voltemos ao caso Aranha, a moça errou e, errou feio, mas reconheceu o erro, vai pagar o que for ou foi estipulado, isso é justiça,mas me deu medo ela foi e está sendo perseguida, perdeu o emprego, a casa foi apedrejada, houve princípio de incêndio( criminoso), não pode voltar para casa por medo de ser linchada.Medo! Medo! Medo! 

Será que a tolerância deixou de existir?Há casos de grandes proporções e que não passaram nada igual ao que a torcedora do Grêmio está sofrendo.
Concordo que preconceito é crime é deve receber punição, mas não da forma que a torcedora está sendo castigada pelos "Justiceiros".

5 de set. de 2014

Sentimento em extinção

Ontem, quando voltava da linda homenagem feita aos 97 anos de emancipação política de Porto União, minha cidade amada, relembrei o meu tempo de escola. Percebi que alguns amigos estavam falando sobre a falta de civismo o que significa de acordo com o dicionário: demonstração de dedicação, fidelidade ou admiração à Pátria; patriotismo. Minha amiga falou que estava arrumando os uniformes das crianças "adolescentes" para desfilarem representando seu colégio. Contou-nos ela que precisou fazer discurso sobre a importância de valorizarmos nossa Pátria e foi difícil concluir o que ela tentava incutir na consciência dos filhos, pois eles não queriam participar das homenagens, eles, é claro, tinham mais argumentações, porém mesmo assim ela não desistiu de lhes falar sobre o valor do patriotismo e deixou-lhes um recado: à noite continuaremos com esta conversa.
Claro, ouviu em coro :
- Ah! mãe!
Hoje, 5 de setembro é aniversário da cidade de Porto União, por isso há uma pequena representação de todas as escolas com desfiles, jogos, torneios, concursos e muitas brincadeiras encerrando no dia 7 de setembro com grande desfile.
Dizíamos que em nosso tempo tudo era diferente, era mais fácil, mais bonito e mais aceitável. Ficávamos felizes em descer até a praça para cantarmos, com a mão no peito, o Hino Nacional brasileiro. 

Quanto orgulho sentiam nossos pais, ao nos ver desfilando e carregando o pavilhão nacional, o que era para nós uma grande honra. Ninguém precisava nos obrigar, pois fazia parte do nosso civismo. Hoje, os alunos não têm o mesmo respeito pelos valores da sociedade, pelas suas instituições. Não lhes foi passado a verdadeira educação para com a sociedade. 
Em tempos de Copa do Mundo há orgulho em exibir as cores do nosso Brasil, mostramos que somos "brava gente brasileira". Se formos analisar ou pesquisar há uma minoria da população que sabe cantar corretamente o Hino Nacional. 
No dia da bandeira havia homenagens a ela, portanto hoje o governo aboliu do calendário nacional, sendo que em todos os níveis de ensino do fundamental ao superior não se fala mais da importância dos símbolos nacionais. 
Afirma o filósofo norte-americano Richard Rorty - professor de literatura comparada e filosofia da Universidade de Stanford e autor de vários livros - o mais recente deles lançado no Brasil, é Ensaio Pragmatistas, "o orgulho nacional é para os países o que a autoestima  é para os indivíduos: uma condição necessária para o aperfeiçoamento. O patriotismo é uma forma de orientação política". " Os estudiosos do fenômeno são unânimes: o sentimento patriótico está em extinção no Brasil. E isso não é bom, pois sinaliza uma série de problemas".  


A carta que nunca chegou

    Tarde cinza, vento forte fazia os galhos das árvores dançarem no jardim. Eu precisava finalizar a mudança que começara há dois anos,...